A conta conjunta de casal existe há um bom tempo e o seu intuito é muito simples: servir como ferramenta para que as despesas sejam divididas entre o casal. Muitos casais optam por esse tipo de conta bancária com o intuito de ter uma melhor organização no orçamento e, claro, juntar suas economias.
Mas se uma conta conjunta de casal tem por objetivo organizar melhor o orçamento, como as brigas podem surgir?
Principais problemas de uma conta conjunta de casal
Quando um casal tem apenas uma conta conjunta (e não contas pessoais), os co-titulares estão obviamente cientes de todos os movimentos da conta.
Portanto, não é fácil preservar a surpresa de um presente de Natal ou aniversário quando a loja onde você comprou aparece no extrato da conta, com o valor exato do que foi gasto.
Também é impossível ocultar um reembolso feito a um amigo ou compras (demasiadas) frequentes na Internet ou no cartão de crédito.
Além desse inconveniente (em última análise) em torno da confidencialidade das despesas, a conta conjunta de casal envolve principalmente riscos.
Com efeito, ao contratar este tipo de produto junto do banco, os dois titulares são solidariamente responsáveis pela vida da conta… e pelas dívidas.
Em caso de saldo negativo, eles devem pagar as taxas do cheque especial ao seu banco de forma comum (independentemente de quem colocou a conta no vermelho).
O mesmo acontece para outros custos em caso de incidente de pagamento (rejeição de transferência ou débito direto, por exemplo).
Em caso de rejeição de um cheque pelo banco, são os dois co-titulares (e não apenas aquele que emitiu o cheque devolvido) que se vêem proibidos de realizar transações bancárias e não pode mais emitir cheques, seja de conta conjunta ou de conta pessoal.
Em suma, com esta solidariedade sobre as dívidas, se um dos membros do casal incendeia ou realiza despesas que não são do interesse da família, o outro é corresponsável.
Abrir uma conta conjunta de casal implica, portanto, viver com uma metade confiável. Caso contrário, é melhor manter uma conta pessoal à parte. Mas cuidado, quem diz pessoal não necessariamente se diz intocável e 100% protegido.
Para abrir uma conta conjunta de casal é preciso ter plena confiança no parceiro. Caso contrário, as brigas se tornarão cada vez mais corriqueiras, o que vai desgastar a relação e chegar ao extremo da separação.
Dicas para evitar brigas por dinheiro
Todo casal possui sonhos e metas que desejam alcançar. Fazer uma viagem, comprar um carro novo ou uma casa em determinada região. Esses são apenas alguns exemplos de sonhos que todo casal possui e que, juntos, podem concretizá-los mais facilmente.
Quem vai arcar com o quê, vencimento de determinado boleto, transferência a ser realizada. Esses são apenas alguns dos dilemas financeiros vividos pelos casais.
Para isso, é fundamental que o casal converse sobre a vida financeira que possuem, saiba quanto cada um ganha e quais objetivos possui. Isso é essencial para o planejamento e crescimento de ambos. Além disso, existem algumas dicas que podem ser seguidas por todo casal que não pretende brigar por dinheiro:
Quais gastos serão pagos por quem?
A vida a dois possui despesas que ambos devem arcar. Roupas para as crianças, plano de saúde, aluguel, financiamento. Essas são apenas algumas das despesas comuns ao casal. Por esse motivo, é preciso sentar e conversar sobre essa questão para evitar discussões posteriormente.
É preciso ter em mente que as despesas que são essenciais para o casal ou família como transporte, saúde, alimentação e moradia, por exemplo, devem ser cobertas pelos dois. Ao ter esse entendimento e o casal aceitar isso certamente as brigas por dinheiro não ocorrerão com frequência.
Contribuição de cada um
Determinar o quanto cada um irá contribuir na vida a dois é essencial para que nenhum acredite que está “bancando” tudo para o outro ou quase tudo. Nos casos em que o casal recebe salários iguais não há grandes problemas, pois cada um pode arcar com 50% dos gastos da casa e da família.
Entretanto, quando um ganha mais que o outro, a melhor forma de ser justo é optar por uma contribuição proporcional ao ganho. Ao acertar essa proporcionalidade certamente as brigas por dinheiro podem ser evitadas de forma muito mais eficaz.
Contas individuais
A conta conjunta de casal é uma realidade para muitos e isso faz com que eles encerrem suas contas individuais, o que é um erro. Afinal, a relação com uma instituição financeira já existia e nela há um histórico que não deve ser perdido.
Além do mais, é através das contas individuais que se torna muito mais fácil fazer o controle das despesas individuais.
Divisão das dívidas
Outra forma de evitar as brigas por dinheiro é deixando bem claro quem vai arcar com o pagamento de qual dívida. Essa opção pode ser adotada principalmente se a divisão da soma dos gastos conjugais não surtir tanto efeito. Mas o que isso quer dizer?
Por exemplo, após conversarem o casal pode determinar quem vai assumir as contas de luz e internet e quem vai arcar com as contas de água e gás. Essa é uma ótima opção principalmente quando uma das partes possui renda inferior ao outro.
Além do mais, essa opção se mostra muito vantajosa principalmente quando não se quer abrir uma conta conjunta de casal. Esse ato requer uma confiança muito grande no parceiro, o que não é tão recomendável principalmente quando o assunto é dinheiro.
Hoje em dia, o que não falta são casos de golpes que envolvem justamente as contas conjuntas.
Conclusão
Optar por uma conta conjunta de casal pode não ser uma opção viável, principalmente quando é possível realizar o controle financeiro com as contas individuais.
Antes de mais nada o casal precisa conversar sobre questões financeiras, entender o lado do outro e como cada um pode contribuir com as despesas.